Os ambiciosos planos de MDB e PP, grandões da política local

Claudemir Pereira

Os ambiciosos planos de MDB e PP, grandões da política local

MDB e PP são grandes partidos locais. Só perdem em número de filiados para o PT, com 6.707 alistados, conforme dados mais recentes, de outubro, do Tribunal Superior Eleitoral.

Emedebistas são segundos, com 3.483 filiados, e pepistas terceiros, com 2.833. Sim, bem mais atrás dos petistas, mas ainda assim número para lá de significativo. Enfim, MDB e PP são protagonistas.

Independente da posição local, aliás, depois de se enfrentarem nas urnas de outubro passado, estarão alinhados no governo gaúcho. O PP derrotado participará da gestão, aceitando convite feito pela aliança liderada pelo tucano Eduardo Leite. E o MDB tem o vice-governador, Gabriel Souza, e por certo estará, majoritariamente, gerindo o Rio Grande.

E na boca do monte? Foram aliados na disputa municipal de 2020. E perderam. São oposição no Legislativo. Estarão juntos nas urnas eletrônicas de 2024, quando provavelmente se defrontarão com o candidato governista e, no mínimo, com um nome do forte PT? Impossível dizer. Por enquanto.

Mas há respostas possíveis. E elas vieram nas respostas às perguntas feitas pela coluna, por via eletrônica, aos presidentes do MDB, Francisco Harrisson, e do PP, Mauro Bakof. Os trechos mais importantes das entrevistas você confere nos textos abaixo.

Harrisson enaltece Fantinel e fala em partido independente

Foto: Fabricio Vargas (Divulgação)

Claudemir Pereira – Após derrota local (2020) e vitória estadual (2022), com a eleição do vice-governador e a reeleição do deputado Beto Fantinel, quais os planos do MDB para recuperar espaço?

Francisco Harrisson, presidente do MDB/SM – O MDB vive momento de alegria pela eleição do nosso Deputado Beto Fantinel e do vice Gabriel Souza. Sabemos que o espaço do MDB em Santa Maria passa pelo fortalecimento das bases do partido na comunidade e isso é facilitado pela representatividade na Assembleia e no Piratini. Nosso trabalho agora é formar nominata de vereadores que represente vários setores da sociedade e que tenha reais condições de aumentar nossa bancada e uma proposta de desenvolvimento para Santa Maria, dialogando com a cidade.

CP – Como o MDB projeta 2024? Já está pensando nisso?

FH – Estamos certos que teremos candidatura majoritária e chapa completa à Câmara. Neste contexto vamos fortalecer setores do partido como juventude, mulheres, movimento comunitário e diversidade, bem como estabelecer diálogo com a cidade para construir soluções para a vida das pessoas.

CP –  Em relação ao governo municipal, o partido segue na oposição ou imagina ser possível algum tipo de composição? Já em relação ao Estado, as eleições de Beto e Gabriel indicam que tipo de expectativa?

FH – Hoje o MDB é independente, com posição forte, estando sempre ao lado dos santa-marienses, apoiando projetos para o desenvolvimento da cidade. 2023 é muito importante na consolidação de uma proposta política para 2024.

CP – Algo a acrescentar?

FH – Ter um deputado como Fantinel é uma conquista muito importante para a representatividade da nossa cidade em âmbito regional. Um jovem idealista, determinado e focado em atacar os problemas. Com a cabeça voltada para a nova política e o novo momento que vivemos. Defensor de pautas fortes e que impactam diretamente a vida da nossa sociedade, assim como as melhorias que o RS precisa. Um parlamentar com habilidade política e bons relacionamentos no Governo Estadual e Federal. Um deputado que vai muito além de uma sigla partidária.

Bakof refuta a ideia de que seu partido faça “oposição ferrenha”

Foto: Renan Mattos (Arquivo/Diário)

Claudemir Pereira – Depois de duas derrotas, uma local, outra estadual, quais os planos do PP de Santa Maria para recuperar espaço?

Mauro Bakoff, Presidente do Progressistas/SM – Primeiramente não considero duas derrotas, o Progressistas cresceu. Em 2020 fizemos a maior bancada na Câmara. Dobramos o número de vereadores. Poucos sabem, mas internamente era nosso maior objetivo: voltarmos a ser fortes na casa do povo. Após grande campanha de filiação, chegamos a um ponto que tínhamos quase o dobro de nomes para o número de vagas. E 98% desses candidatos(as) queriam o (Sérgio) Cechin prefeito. Considero que fizemos boa eleição. Claro que se tivéssemos ganho a prefeitura teríamos atingido todos os objetivos, mas como mentor do projeto me considero feliz com o primeiro passo atingido.

Já na eleição estadual, as decisões não passaram por nosso diretório, então não vejo motivos para recuperar espaço. Diferente de anos anteriores, tivemos candidaturas que ajudaram o PP a eleger mais deputados. Desta vez o Zaloar Soares para Federal e Evandro Behr e Milton Caetano a Estadual.

CP – Como o PP projeta 2024? Já está pensando?

MB – Acredito que o Progressistas esteja no protagonismo da próxima eleição. Confesso que não estou pensando muito sobre, pois isso será definido pela próxima executiva, então não adianta pensarmos agora e depois as ideias serem outras. Penso que o primeiro passo da nova executiva seja formar sólida lista de candidatos novamente. E após isso pensar a questão majoritária.

CP – Em relação aos governos municipal e estadual, o partido segue na oposição ou imagina ser possível algum tipo de composição?

MB – Sobre a estadual não posso afirmar nada, pois nada passa por nós. Aqui no município o PP nunca foi oposição ferrenha, jamais um de nossos edis deixou de votar favorável a algum projeto bom para a população. Nunca fizemos oposição como sofremos no governo do saudoso Evandro Behr; oposição que na época ia contra o desenvolvimento da cidade. Costumo dizer que nossa bancada é livre. Nosso partido defende liberdade e assim nossa bancada é tratada.

Luneta

SEM NOMES

No papo eletrônico com o colunista, ainda que instado, o presidente do MDB Francisco Harrisson saiu pela tangente, no que toca a nomes para a Prefeitura. “Temos vários, dentro e fora do partido, que têm totais condições”, disse. E acrescentou: “essa fase é de reconhecimento de potencialidades e fragilidades, de estudar as possibilidades de cada um para no tempo certo apresentarmos as propostas para Santa Maria”.

NO ENTANTO…

Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)

Afora a negativa, plausível aliás, de citar nomes, o fato é que o dirigente emedebista (veja no texto nesta página) não economizou elogios ao que é hoje o grande líder (com votos) do partido em Santa Maria. No caso, o deputado estadual reeleito Beto Fantinel (foto). Não precisa ser bidu, para entender o óbvio. Se o parlamentar quiser, será o candidato a prefeito pelo MDB. Repetindo: se ele quiser.

REGIONAL

O primeiro teste para a liderança ampla de Fantinel no MDB vem logo adiante. Entre os dias 15 e 19 de março, o partido deverá eleger as coordenadorias regionais. O atual coordenador, cá no centro do Rio Grande, é Anderson Pugliese, de Dilermando de Aguiar. Não se sabe, ainda, quem assume. Mas ninguém duvida: será alguém que não concorre a nada em 2024 e alinhado diretamente ao deputado.

SEMINÁRIO

Também no contato com o colunista, o presidente local do PP, Mauro Bakof, disse estar tratando com o deputado Covatti Filho, presidente da fundação Milton Campos, braço doutrinário do partido, a realização de um seminário de formação no início do próximo ano. Não há data ainda, mas ele deixará a presidência local da sigla. E, aliás, entende que deixará o Progressistas “bem encaminhado”.

PARA FECHAR!

Tirando uma discordância aqui e ali, quem sabe acolá ou alhures, o fato é que a quase totalidade dos petistas de Santa Maria (e mesmo de outros partidos) acredita que Valdeci Oliveira é o principal, senão único, nome competitivo do PT para concorrer à Prefeitura na eleição de daqui dois anos. Só tem um detalhe: ao que se sabe, ninguém perguntou ao próprio, se o ex-prefeito concorda com isso. Pooois é.

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